O Sal da Língua
Literatura, música, cinema, futebol, atualidades... Tudo isso e mais um pouco fará parte deste blog de atualização inconstante.
sábado, 4 de agosto de 2007
segunda-feira, 15 de janeiro de 2007
Eu bebo sim, estou bebendo. Tem gente que não bebe e está morrendo

Foi mais ou menos isso o que o zagueiro Luisão (foto), do Benfica e da Seleção Brasileira, afirmou às autoridades portuguesas depois de ter sido flagrado numa avenida de Lisboa, ao volante de seu carro, com uma taxa de álcool no sangue superior ao permitido pelas leis de trânsito. De imediato, o brasileiro foi pichado pela opinião pública e parte da imprensa lusa, que chegou a acusá-lo de “embriaguez”, só porque ele afirmou que não dispensava um bom vinho.
Sejamos justos: nos testes feitos por Luisão, a taxa de álcool estava cerca de 10% acima do normal – e, para alguns, quase dentro da margem de erro. Isso representa uma taça de vinho, se muito. O jogador não estava bêbado – longe disso – e seu erro maior foi estar ao volante após ter ingerido bebida alcoólica. De acordo com Luisão, ele voltava para casa com a mulher após um jantar com amigos. Eram 2 h da manhã de sexta-feira quando foi parado por uma blitz policial. Aqui está o segundo erro de Luisão: a essa hora, e sabendo que haveria treino na manhã seguinte, o jogador já deveria estar em casa. Fora isso, não há mais do que se condenar na postura do atleta.
Por se tratar de uma estrela e ganhar bem, Luisão atraiu a ira do cidadão comum, que sempre se mostra indignado por pensar que os famosos permanecem impunes. Mas Luisão obedeceu a todas as exigências da justiça portuguesa e, em vez de pagar uma multa, foi condenado a cumprir 40 horas de trabalho comunitário. Pesou a seu favor o fato de ser réu primário e personalidade pública. Sejamos racionais: é mais punitivo para o jogador passar 40 horas desenvolvendo alguma atividade assistencial do que ter pago uma multa que não lhe doeria no bolso.
OBS.: Este texto faz parte de minha coluna semanal sobre o futebol português publicada no site www.trivela.com
sábado, 13 de janeiro de 2007
Eu fui morar na Estação da Luz
Essa é a antológica capa do LP que o Tom Zé lançou no Brasil em 1973, com o nome de Todos os olhos. O que parece uma azeitona é, na verdade, uma bolinha de gude. E o olho em questão não é exatamente aquele que se situa em nossas cabeças.Em tempos de censura e de regime militar, essa capa de LP ganha os ares de obra-prima. Mas as canções não ficam por menos. A belíssima “Augusta, Angélica e Consolação”, por exemplo, merecia muito mais fama e destaque. Para quem se interessar, aí vai a letra:
Augusta, Angélica e Consolação
Autor: Tom Zé
Augusta, graças a Deus, graças a Deus,
entre você e a Angélica eu encontrei a Consolação
que veio olhar por mim e me deu a mão.
Augusta, que saudade, você era vaidosa,
que saudade, e gastava o meu dinheiro,
que saudade, com roupas importadas e outras bobagens.
Angélica, que maldade, você sempre me deu bolo,
que maldade, e até andava com a roupa,
que maldade, cheirando a consultório médico, Angélica.
Quando eu vi que o Largo dos Aflitos
não era bastante largo pra caber minha aflição,
eu fui morar na Estação da Luz,
porque estava tudo escuro dentro do meu coração.
quinta-feira, 11 de janeiro de 2007
Sangue Latino

À direita, a capa do LP dos Secos & Molhados, de 1973. Foi escolhida como a melhor capa de um disco brasileiro de todos os tempos. Foi ainda o LP de maior sucesso da banda, com "O Vira", "Sangue Latino" e "Rosa de Hiroshima".
A imagem é de autoria de Antonio Carlos Rodrigues, um ex-repórter fotográfico do jornal Última Hora. Na produção, houve também o dedo de João Ricardo, líder do grupo.
Para mim, ao lado do álbum de Tom Zé (acima), esse trabalho demonstra como havia maior criatividade gráfica na composição das capas de discos em nosso país.
Será que os designers e artistas gráficos de hoje não podem mais nos surpreender nesse nível?
terça-feira, 9 de janeiro de 2007
Houve Taça!
Sem Pepe no time (o técnico Jesualdo Ferreira resolveu “poupar” sete titulares), o Porto provocou uma eliminação das mais surpreendentes na história da Taça de Portugal. Perto de enfrentar o Chelsea pelas quartas-de-final da Liga dos Campeões, o clube das Antas recebeu em casa o Atlético de Lisboa (atualmente na 3ª divisão) e foi derrotado por 1 a 0. Nos acréscimos da partida, Quaresma (foto) ainda desperdiçou um pênalti, para desespero geral. Alegria de benfiquistas e sportinguistas, que viram o atual campeão do torneio eliminado precocemente por outra equipe lisboeta.Jesualdo Ferreira sofre assim o segundo vexam na Taça: em 2002, à frente do Benfica, viu seu time ser eliminado pelo Gondomar – outra equipe da 3ª divisão. A única diferença agora é que o Atlético já teve seus dias de glória no campeonato português, ao longo das décadas de 1950 e 1960. Mesmo assim, o treinador não escondia a decepção: “Estamos envergonhados e pedimos desculpa aos associados e torcedores”, afirmou o treinador após a derrota. Agora, os 29 classificados aguardam o sorteio da 5ª eliminatória da Taça, a ser efetuado nesta terça-feira (9 de janeiro). Um clube ficará isento (automaticamente classificado para as oitavas-de-final).
OBS.: este texto é parte da coluna semanal que escrevo às segundas-feiras no site www.trivela.com (Foto: Agência Lusa).
segunda-feira, 8 de janeiro de 2007
Pepe legal?
A nova polêmica no futebol português envolve o zagueiro brasileiro Pepe, titular do FC Porto. Segundo o jornal esportivo A Bola, Pepe ganhará a nacionalidade portuguesa em junho de 2007; e, além disso, será convocado para a seleção lusa. A história repete a conturbada naturalização do meia brasileiro Deco e as reações negativas que sofreu, por parte de Figo, Rui Costa e Fernando Couto, quando foi convocado por Luiz Felipe Scolari para representar o selecionado português. As principais ressalvas que se fazem a Felipão em Portugal têm a ver com o fato de ele ser estrangeiro. Pois não tem sido nada pacífico aceitar que o técnico da seleção será o responsável por efetivar mais um estrangeiro na equipe. E isso se dá por quê? Pelo simples fato de que Pepe só resolveu naturalizar-se porque percebeu que não terá chance na seleção brasileira agora comandada por Dunga.
Pepe é o apelido de Képler Laveran Lima Ferreira, alagoano nascido em 26 de fevereiro de 1983 em Maceió. Iniciou sua carreira no CRB e profissionalizou-se pelo Corinthians de Alagoas. Em 2001, foi negociado com o Marítimo, da Ilha de Madeira, e logo em 2004 conseguiu transferir-se para o Porto. A afirmação nos Dragões, junto com a simpatia da torcida, veio na temporada seguinte. No atual campeonato português, Pepe foi titular em todas as partidas e já anotou três gols. E um de seus maiores incentivadores é o (ex) compatriota Helton, goleiro do Porto: “se ele pensa que o melhor para ele é a seleção portuguesa, com certeza que irei apoiá-lo no que for necessário”.
A convocação de Pepe para a seleção, no entanto, está longe de ser uma certeza. Alguns atletas que disputaram o último Mundial (casos do lateral-direito Miguel, do zagueiro Caneira e do volante Costinha) preferiram não emitir opinião sobre o caso, dizendo que se trata de uma opção apenas do treinador. Coube ao presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Gilberto Madaíl, botar água fria na fervura: “Temos que cuidar que a Seleção não perca sua identidade.
